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Bem-vindo ao meu novo segredo, talvez não tão secreto assim.

Primeiramente, creio que devo começar me apresentando para aqueles que não me conhecem. Meu nome é James, Jay para os mais íntimos, sou escritor, poeta e artista e dono desse novo blog.

Esse lugar pode se tornar um completo delírio, apenas um lugar onde posso compartilhar as coisas mais absurdas, ou um texto que ficou guardado nos meus arquivos, quem sabe.

Para você que achou esse lugar, meus parabéns, para aqueles que ficarão, fico surpreso com a coragem.

devo começar dizendo que eu não apenas escrevo, eu vivo pela arte, eu respiro pelas palavras e dependo de minha capacidade de transformar frases em histórias, algumas não tão bonitas assim.

Se você me encontrou, provavelmente veio de alguma de minhas redes sociais, preciso pedir para que me siga nas outras, costumo postar os mais diversos conteúdos sobre meus trabalhos.

Esse lugar é um ambiente livre de pudor, encare isso como bem quiser, talvez o que encontre aqui não lhe agrade, talvez seja exatamente o que sempre procurou encontrar.



Person Holding a Ceramic Cup on Saucer

Palavras

Acho que nada melhor para começar meu primeiro post do que falar sobre minha jornada na escrita, acredito que esse será um texto em que muitos não vão se identificar, mas essa é uma história de escritor para escritor.

Assim como muitos jovens, eu fui e ainda sou, obcecado por Harry Potter, embora atualmente seja menos devido as polêmicas daquela-que-não-deve-ser-mencionada, mas minha trajetória não começou nos livros de um jovem bruxo, na realidade, ela começou nas terras mágicas

de um garoto que nunca envelhecia, Peter Pan. Pelo menos, esse é o primeiro livro que me lembro de ter lido, embora saiba que exista outros, apenas não me marcaram tanto, talvez apenas um tenha feito isso, mas essa é uma outra história.

Com o passar dos anos, eu sentia que algo estava faltando, como se uma peça do meu próprio corpo, aquela que me torna quem sou, nunca me alcançasse de fato e foi apenas em 2019 que descobri o que era. A escrita.

Não comecei como os grandes, ninguém começa, e sinceramente, ainda estou longe de ser um deles, mas eu tenho algo inestimável. Amor pelo meu trabalho. Sinceramente, quantos de vocês podem dizer que amam o que fazem?

Ainda me lembro do primeiro livro que tentei escrever e Deus, foi uma bagunça tão grande que prefiro nem comentar, um dia quem sabe, mas ele me ensinou algo. Todos possuem capacidade para criar uma história, mas poucos possuem capacidade para ESCREVER uma história. Hoje sou um desses poucos.

A pouco tempo terminei, depois de tanto tempo tentando, meu primeiro livro, um dark romance maravilhoso, com mistérios, mortes e muitas, muitas lágrimas e mesmo sabendo que esse nunca será um dos “Stephen King”, estou satisfeito com meu trabalho, pois dei final a algo que começo. Existe algo melhor que isso?

Transtornos

Preciso começar falando que sim, existe uma certa ironia por trás de minhas palavras, principalmente quando paro para pensar no quanto cada uma dessas coisas me afetaram profundamente, mas, embora gostasse de dizer que não, muitas das vezes, assuntos como, pelo menos em meu caso, ansiedade, podem ser combustíveis para arte.

É quase um fato popular, parte do senso comum, que todo artista possui algum “transtorno” metal, mas a verdade é que só somos assim, porque a sociedade nos faz ser assim. Cada vez que matam nossa arte é a nós que estão matando, é a nossa alma que estão partindo e nossos corações que estão quebrando.

Eu aprendi a usar isso a meu favor, ou pelo menos gosto de acreditar que sim, mas ainda há dias, dias tempestuosos como hoje em que tudo que desejo fazer é me deitar e chorar, até que meus olhos se embaçem e minha mente perca o brilho, um brilho que não é verdadeiramente real.

Eu não sei o motivo pelo qual me sinto assim e não sei como descrever isso em sentimentos ou palavras, o que apenas torna mais frustrante, por que se não sei como desviar minhas aflições para meu trabalho, como deveria lidar com elas? Talvez eu tenha um problema.

Eu me escondi atrás de palavras durante toda minha vida, mesmo quando essas palavras não eram minhas e agora eu escrevo como se pudesse permitir que outra pessoa faça a mesma coisa. Isso é inacreditável.

A criação de personagens é consideravelmente um dos passos — e às vezes o primeiro — mais difíceis para um escritor, principalmente os iniciantes, afinal, quem nunca passou horas e noites em claro se perguntando como transformar a ideia de uma pessoa que ainda estava em sua mente, em um personagem bom e condizente?

Posso dizer duas coisas a princípio.

A primeira é que nenhum bom personagem é criado de uma única vez, assim como nenhuma pessoa é conhecida em um único dia. Existem camadas, coisas que precisam ser construídas e descobertas, partes que, por mais que pareçam insignificantes — como, por exemplo, de que cor seu personagem pintas as unhas, ou o formato delas — precisam existir, embora a maioria delas nunca vá chegar ao conhecimento do público.

A segunda coisa é que, por mais que você procure sobre em diversos lugares, leia em livro e estude através de escritos de outros autores, não existe uma fórmula para escrever, o que existem são técnicas diferentes que podem ser juntadas ou remodeladas para criar diferentes tramas e subtramas, assim como arquétipos para cada personagens.

Tire de sua cabeça que a ideia de plot ou de personagem é totalmente original, nada é original, na realidade, a originalidade só existe até que se conheça a fonte de inspiração e veja bem, me refiro a estudar algo, copiar, modelar e criar, jamais plagiar.. A arte imita a vida e a vida se inspira na arte, por assim dizer. As coisas que mudam e que


Como

Construir

Bons

Personagens

tornarão suas obras únicas e surpreendentes são as formas que você usará para apresentá-la.

Dito isso, podemos dar continuidade em nosso processo.

Crie personalidades.

De nada adianta seu personagem ser lindo, perfeito a visão de um deus grego, se ele for uma porta. Mesmo Zeus tinha uma personalidade, por mais filha da p*ta que ela fosse.

A personalidade é o que definirá seu personagem e o que te conduzirá para outros tópicos, como aparências, passados, sonhos e expectativas.

Vamos trabalhar com exemplos, novamente.

Em meu livro, “Quem matou Laura?”, um de meus personagens, Henry, é descrito à primeira vista como uma pessoa fria e sem coração., embora com o passar do tempo ele se mostre uma pessoa um pouco mais humana do que a primeira versão apresentada.

Seus cabelos, são ditos como loiros, bem claros, embora ao decorrer da trama venhamos a descobrir que eles na realidade são castanhos, escuros, quase pretos. O motivo para isso fica subentendido, mas esclarecerei o mesmo agora.

Henry enquanto crescia teve consigo um pai abusivo, alguém de crenças limitantes e que acreditava que Henry deveria ser a imagem do nome da família e por consequência, sua própria imagem. Ter um filho que é tão diferente de si, principalmente quando boatos surgem por causa disso — e sabendo do que eu sei sobre o pai de Henry e seu passado (Essa é uma história que ficará para outro dia) — é inaceitável.

Henry, por mais que diga que não, sempre quis ter sido capaz de agradar o pai e por mais que ele o odeie — E Henry certamente o faz— , ele não pode se impedir de amá-lo. Talvez esse seja para mim, me colocando em um papel de leitor agora, a coisa mais surpreendente sobre Henry e que apenas agrava seu “desleixo” com o cabelo em “Onde Ella está?”.

Ter uma figura paterna tão rígida dessa forma influenciou em sua personalidade e embora muitos possam argumentar agora algo como, então não seria melhor escrever o passado do personagem antes?, e eu preciso dizer, depende.


Depende do quê?

Basicamente, do que funciona melhor para você, pois como disse, nada na escrita é uma verdade absoluta, então trabalhe da forma que lhe dê melhores resultados. O fato é, um depende do outro, passado, presente e futuro variam de acordo com a personalidade de seus portadores e eu particularmente prefiro criar a personalidade antes e depois ir justificando os pontos.

Sabe aquela sua amiga esquisita que anda sempre com pulseiras coloridas e que é extremamente tímida, mas que fala igual pobre na chuva quando tem intimidade com alguém? Ela também tem um motivo para ser assim. Basta saber qual.

Trabalhe com calma, comece a observar coisas que ninguém nota, ou que você acha que ninguém repara. Construa seus personagens em uma base tão sólida que até mesmo você tenha dúvidas sobre sua realidade. O cérebro humano é bom em confundir realidade com fantasia, afinal. Trabalhe com isso.

Fuja do óbvio, crie reviravoltas surpreendentes, subtramas que ninguém imaginaria ou mortes que ninguém gostaria que acontecesse. mesmo a história mais clichê pode não ser previsível.

O último ponto que gostaria de enfatizar e talvez o mais importante, é: Crie personagens identificáveis.

Qual a graça de ler sobre um personagem que é invencível, que tem a vida perfeita, o corpo perfeito e a aclamação geral do público? Não é que personagens estereotipadamente perfeitos já não tenham existido, mas primeiramente, isso não vende mais, principalmente em uma sociedade onde as pessoas querem se ver projetadas em uma tela, música ou um pedaço de papel, e segundamente, posso citar dois personagens “perfeitos” e ambos apenas se tornaram tão queridinhos (um mais do que o outro) porque perceberam que a perfeição não é tão boa assim. Eles sentiram a pressão, brincaram com isso, passaram por transformações e acabaram se tornando mais próximos do espectro humano.

Cada personagem possui seu caminho e todos são, de certa forma, protagonistas, embora de suas próprias narrativas, então conte essas verdades, trabalhe nas formas de expressões e deixe que seus personagens usem você para contar as histórias deles.

Um fato oculto que poucos percebem é que escrever apenas te torna o primeiro leitor daquela determinada história. Aprecie isso, brinque de Deus se quiser, mas escreva.